Descobri a escritora Adélia Prado há 3 anos. Fiquei encantada com a profundidade e da maneira clara de sua escrita. É de fácil entendimento.
Quem é ela
Formada em Magistério e Filosofia, somente aos 40 anos, e cinco filhos depois, ela conseguiu lançar seu primeiro livro - “Bagagem”. A história desta obra começa quando Adélia envia, ainda na década de 1970, carta e originais de seus novos poemas ao poeta e crítico literário Affonso Romano de Sant'Anna, que os submete à apreciação de Carlos Drummond de Andrade. Em 1975, Drummond sugere a Pedro Paulo de Sena Madureira, da Editora Imago, que publique o livro de Adélia, cujos poemas lhe pareciam "fenomenais". O ano era 1976 e começava aí, publicamente, a carreira de uma das mais importantes escritoras vivas do Brasil, que teve seus textos também adaptados para o teatro. Entre eles, destaque-se o espetáculo “Dona Doida”, baseado no poema de mesmo nome e que foi protagonizado pela atriz Fernanda Montenegro, entre as décadas de 1980 e 1990.
Compaixão
“Não tem ética nem salvação maiores do que estender a mão e doar o seu tempo. Quando estou escutando uma pessoa, tenho que escutar mesmo. Você não precisa dar esmola ao pedinte. Nem sempre a gente dá. Mas, olhe para ele, olhe-o nos olhos. Faça com que se sinta gente. Essa compaixão é a compaixão de Cristo, que chegou ao ponto de dizer: ‘Eu morro por vocês, eu me entrego’.”
Velhice
“Hoje, temos a ideologia da juventude perpétua, que passa por remédios, ginásticas, plásticas e pelo desespero final, porque nada responde à nossa profunda fome humana, que é de ordem espiritual.”
Convivência
“Se você não pode tocar uma pessoa, mude seu olhar por essa pessoa.”
“Às vezes vou pregar lá na África e deixo meu pessoal aqui faminto de amor.”
Sociedade
“Nossa civilização padece de símbolos. Está tudo igual. Os ritos religiosos estão banalizados.”
“Estamos padecendo de deficiência de atenção. Nós não olhamos para o outro.”
“Eu preciso me modificar para que eu veja o outro.”
“Como vou querer paz no mundo com uma guerra no coração?”
Depressão
“A ausência de significados é a depressão.”
Vida
“Viver a vida com sentido, com significado, é que nos torna cada vez mais humanos.”
“A vida cotidiana já é heroica e nós temos que aceitar. Eu vou dar birra com Deus? Seja pobre, seja rico.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário