A celebração
pode ser tratada de forma lúdica e profunda, evitando-se excessos religiosos e
sem que os alunos percam tempo demais entre ovos e coelhinhos. Veja dicas e
acompanhe o trabalho da escola de seu filho
Por que tratar uma celebração religiosa em ambiente escolar, já que o Estado
brasileiro é oficialmente laico, isto é, não pertencente a nenhuma religião,
assim como as escolas públicas e muitas particulares?
A Páscoa é, de fato, um evento importante para a sociedade brasileira, constituindo-se como a principal comemoração para os católicos (maioria religiosa em nosso país), além de um fenômeno comercial na venda de chocolates. O trabalho com o tema na escola merece, entretanto, alguns cuidados, para que não se perca tempo precioso de aula com frivolidades, nem se enfatize aspectos espirituais que cabem à família, e não à instituição de ensino.
A Páscoa é, de fato, um evento importante para a sociedade brasileira, constituindo-se como a principal comemoração para os católicos (maioria religiosa em nosso país), além de um fenômeno comercial na venda de chocolates. O trabalho com o tema na escola merece, entretanto, alguns cuidados, para que não se perca tempo precioso de aula com frivolidades, nem se enfatize aspectos espirituais que cabem à família, e não à instituição de ensino.
1. A Páscoa não é distribuição de ovos - Entender
o significado dessa celebração deve ser o primeiro passo do trabalho na escola,
já que a criança vem sendo bombardeada há semanas com comerciais de ovos de
chocolate na TV - e pode concluir, com isso, que se trata apenas de um dia para
trocar guloseimas.
Outra dica é trabalhar também o sentido da Páscoa Judaica, ou Pessach, sobretudo se houver alunos judeus na escola. Assim, introduz-se a noção de pluralidade religiosa, e o ponto de vista histórico-cultural ganha força.
Outra dica é trabalhar também o sentido da Páscoa Judaica, ou Pessach, sobretudo se houver alunos judeus na escola. Assim, introduz-se a noção de pluralidade religiosa, e o ponto de vista histórico-cultural ganha força.
2. Coelho não bota ovo Esta não é uma confusão
incomum, e vale a pena esclarecer o assunto com as crianças do Ensino
Fundamental I, partindo do trabalho com símbolos pascais em geral. Os ovos (por
conterem uma nova vida) e os coelhos (por terem muitos filhos) tornaram-se
símbolos populares da Páscoa, mas não têm, obviamente, relação direta entre si
3. Ovos compartilhados No último ano da Educação
Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental I, a Páscoa pode ser um bom
gancho para uma atividade lúdica que envolva compartilhar, um valor essencial
para essa faixa etária. "Na aula de culinária, os alunos podem fazer,
juntos, um ovo de Páscoa e depois reparti-lo. Ou a classe se organiza para um
amigo-secreto de bombons", sugere Carmen Silvia Penha Galluzzi, psicóloga
educacional da Organização Educacional Margarida Maria (OEMAR), de São Paulo.
Muitos professores, quando ganham ovos dos pais, também optam por
compartilhá-los com a classe (embora não seja uma obrigação, claro).
4. Um ovo, dois ovos, três ovos... Assim, não! Dividir
os ovos também impede que as crianças se entreguem às guloseimas sem restrição.
Afinal, o consumo de chocolate em excesso faz mal, e é bom que a criançada
saiba. Outro bom gancho sugerido pela psicóloga educacional Carmen Galluzzi é a
questão nutricional. "Em vez de comer chocolate, que tal experimentar os
alimentos da dieta do coelho? Além de muito acessíveis, a alface e a cenoura
são nutritivas e gostosas", lembra ela. Em casa, a recomendação é a mesma:
limite no consumo de tentações, para que a Páscoa não fique estigmatizada como
um momento de liberação geral à mesa.
5. A programação de ensino deve ser preservada! Na semana da Páscoa, as
aulas já serão interrompidas na quinta-feira, devido ao longo feriado. Não faz
sentido, assim, que se percam horas importantes para o ensino do conteúdo com
troca de chocolates e confecção de orelhinhas de coelho - embora se possa
reservar o período de uma aula para atividades assim. "Reservamos no
máximo 1h30 para um lanche comunitário com colomba pascal e chocolate. Na aula
de artes, a produção de coelhinhos e afins é opcional, o aluno decide se quer
fazer", diz Vânia Barone Monteiro, do Colégio Dante Alighieri. No caso das
escolas públicas, cada Secretaria de Educação define como essas celebrações
podem ser trabalhadas nas instituições de seu estado ou município, de modo a
não prejudicar o andamento das aulas. No Rio Grande do Sul, nove sábados ao ano
são reservados para isso."Faremos uma apresentação no sábado dedicado à
Páscoa, envolvendo alunos de todo o Ensino Fundamental", diz a supervisora
Alice Von Groll, da E.E. Fátima de Canoas. Após a comemoração, fotos e
informações sobre o projeto serão publicadas no blog da escola.
6. E o Coelhinho da Páscoa? As crianças menores da
Educação Infantil, de até 4 anos, estão com a imaginação a toda e podem tirar
proveito de uma busca pelos ovos deixados pelo Coelhinho da Páscoa, no estilo
"caça ao tesouro", seja em casa ou na escola. "O enfoque pode
ficar na brincadeira em si, e não no personagem do Coelhinho", aponta a
psicóloga educacional Carmen Galluzzi, estimulando pais, professores e crianças
a se juntarem nessa troca lúdica. Ovinhos de chocolate e coelhos de pelúcia ou
sucata podem incrementar a fantasia característica da época, sem prejudicar em
nada o andamento escolar dos menorzinhos.
7. Para os católicos, ênfase na espiritualidadeSe
você optou por colocar seu filho em um colégio oficialmente católico-cristão, é
natural que conte, nessa época, com um trabalho mais espiritualizado.
"Aqui, nem estimulamos a troca de ovos de chocolate, já que é a noção de
vida nova, de renascimento, que nos interessa na Páscoa", diz Simone
Alcântara A. A. Faria, assessora de formação cristã do Ensino Fundamental I do
Colégio São Luís, em São Paulo. Simone explica que as famílias - muitas delas
judias, evangélicas ou de outras religiões - matriculam seus filhos no colégio
já plenamente conscientes de sua postura religiosa. Sendo assim, a formação
cristã abrange todos os alunos. Antes da Páscoa, os pequenos aprendem sobre o
sentido da Quaresma e da Ressurreição. Para o Ensino Médio, há até mesmo uma
proposta extracurricular: os alunos poderão participar de um retiro durante o
feriado da Páscoa. "Organizamos as viagens, nas quais os alunos se
aprofundarão nessa experiência cristã", conta o professor Renan
Nascimento, que também acompanha um trabalho voluntário realizado por alunos de
14 a 17 anos no Hospital das Clínicas de São Paulo (HC). Na quarta-feira
anterior à Páscoa, eles promoverão uma festinha para os pacientes da Ortopedia.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/pascoa-escola-624397.shtml
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/pascoa-escola-624397.shtml
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